Um Ano

Está a fazer um ano que vim para a Holanda. Um ano. Wait… WHAT? UM ANO? Yep, é mesmo verdade.

Há um ano atrás estava prestes a iniciar a maior aventura de toda a minha vida, não sabia o que me esperava e, um ano depois, posso confirmar que sim, foi a melhor coisinha que fiz e sim, toda a experiência está a corresponder às expectativas.

O choque cultural é imenso. Os holandeses não almoçam, comem umas sandes. Os holandeses são abusivamente directos. Os holandeses estão se borrifando para tudo o que é acessório. Os holandeses têm durante o seu Natal uma personagem de raça negra que é o escravo do Sinterklaas (o Pai Natal cá no sítio) e isto no século XXI. Os holandeses vestem-se à Ronald McDonalds (camisa amarela, calça vermelha, ténis azuis). Os holandeses usam todos gel no cabelo e sapatos cor de camelo bicudos. Os holandeses são ricos. Os holandeses trabalham para viver, não vivem para trabalhar. O comércio fecha todo às 18h, com a excepção que às quintas-feiras cometem uma loucura e fecham às 19h/20h. Os holandeses de Amesterdão falam todos inglês e não se importam de o fazer. Os holandeses têm agenda que seguem rigorosamente, tudo é feito por appointment.

Trabalhar aqui é um descanso. Como já disse, eles trabalham para viver. Precisam de ocupar algum tempo e ganhar uns trocos, então vão até à empresa durante a semana (muitas vezes só 3 ou 4 dias por semana) fazer umas cenas e tal, às 5 da tarde é tempo de rumar a casa ou ir fazer algo mais interessante que trabalhar. Não se ganha milhões e nenhum estrangeiro vem para a Holanda enriquecer.

O país tem transportes espectaculares. Sempre impecavelmente limpos, assim como as ruas e os sítios públicos em geral. Não se veêm pessoas estranhas, sinto-me sempre mais que segura (por vezes até demais).

A cidade junta o melhor de dois mundos. É cosmopolita q.b., é uma capital europeia e, no entanto, tem apenas 700 mil habitantes o que lhe confere um certo ar de cidade-aldeia com todos os benefícios que isso traz.

O nível de vida é caro. O tempo é uma merda. A comida idem. Mas ninguém disse que haviam cidades perfeitas, certo?